domingo, 4 de julho de 2010

A minha caminhada...


A unidade curricular - Investigação Educacional – um dos pilares deste mestrado, apresentou-me conjunto de “instrumentos”, extremamente importantes e que serão a base da próxima etapa deste mestrado, a elaboração da tese de mestrado.
À medida que o tempo foi passando verifiquei que os meus conhecimentos nesta temática eram “escassos”, pelo que destaco a metodologia levada a cabo, a qual proporcionou momentos de análise, pesquisa e reflexão conjunta, extremamente importantes para o meu crescimento pessoa e profissional. Os momentos de reflexão, conjunta e individual, levaram-me a questionar as minhas práticas, a dinâmica e o funcionamento dos grupos de trabalho que integro, conduzindo a uma troca de experiências saudáveis e a um maior cuidado na elaboração de documentos de recolha de informação e posteriormente no tratamento da mesma. Pelo que a avaliação que faço desta caminhada é positiva. O nosso percurso centrou-se em torno de ideias chaves – planeamento da investigação, processo de recolha de dados, análise e tratamento de dados e ética em investigação educacional. Qualquer uma destas temáticas foram bastante pertinente, das quais destaco a análise e tratamento de dados, pois foi aquela em que tive maiores dificuldades e necessito de aprofundar futuramente.

Reflectindo sobre...


As várias intervenções,...

As intervenções nos vários fóruns, em pequeno e em grande grupo, foram extremamente positivas e enriquecedoras. Todavia, considero que as participações em pequeno grupo, foram mais ricas proporcionando momentos de partilha e de reflexão conjunta. As intervenções, de uma maneira geral, traziam sempre algo de novo para o debate, que era trabalhado pelos vários elementos do grupo, tendo este contribuído para a construção do conhecimento. Nos fóruns gerais esta dinâmica não se verificava de uma forma tão acentuada, faltando por vezes algum espaço para a reflexão.
A construção do blog, foi outro desafio que tive de enfrentar, porém não consegui colocar à medida que ia fazendo as minhas leituras as reflexões no blog, o que considero como aspecto menos conseguido. No entanto, a elaboração das várias reflexões, tornou-me uma pessoa mais reflexiva e ainda mais ponderada, mais desperta para ser aspectos que até então me passavam despercebidos.

Ética em investigação…


A ética baseia-se num conjunto de normas referentes a procedimentos correctos e incorrectos de um determinado grupo (Bogdan & Biklen: 1994).
Sempre que um investigador parte para um trabalho de investigação deve adoptar um conjunto de procedimentos relativamente aos sujeitos que lhe permitem desencadear toda a investigação de uma forma responsável e correcta.
De acordo com os autores referidos anteriormente, o investigador deverá respeitar quatro princípios éticos:
Proteger a identidade dos sujeitos.
Tratar com respeito os sujeitos, de forma a garantir a sua cooperação ao longo da investigação.
Negociar de forma aberta e clara com o sujeito, evitando questões dúbias e mal entendidos.
Apresentar os resultados com autenticidade, não distorcendo dados mesmo que isso por vezes contradiga aquilo em que se acredita.


Bogdan, R.; Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora.

sábado, 3 de julho de 2010

Análise e interpretação de dados, a concretização da pesquisa…


Num trabalho empírico recolhem-se dados quantitativos, expressos em valores numéricos e dados qualitativos, expostos em textos. Porém, como afirma Harry Wolcott, o maior problema do investigador participante não é o de saber como vai recolher os dados, mas sim o de imaginar o que fazer com os dados que obteve. Assim, a análise e interpretação de dados tornam-se numa tarefa extremamente delicada, morosa, que requer uma grande disponibilidade por parte do investigador, não devendo existir um período de tempo bastante prolongado entre a recolha de dados e a sua análise e interpretação.
Para se proceder à análise e interpretação de dados, o investigador deve ter em atenção alguns aspectos: (i) os dados podem ser tratados quantitativamente e/ou qualitativamente, uma vez que estas se podem complementar; (ii) deve definir um sistema de codificação, ao nível da investigação qualitativa esse sistema encera parâmetros semelhantes; (iii) os dados são ordenados cronologicamente de forma a facilitar a sua localização; (iv) devem ser efectuadas várias leituras do material recolhido, ao longo das quais, o investigador constrói listas preliminares de categorias de codificação, seguidas da construção de um conjunto de abreviaturas; (vi) organiza o material em pastas separadas, e ser trabalhá-lo como um todo; (vii) sempre que se justifique, os dados devem ser sujeitos a uma análise estatística; (viii) relaciona a informação recolhida, com os seus conhecimentos prévios, tendo por base a revisão de literatura de forma a produzir inferências coerentes e esclarecedoras da situação em estudo.
Segundo Afonso (2005), a avaliação da qualidade dos dados, isto é a sua relevância para a investigação, centra-se em 3 critérios:
• Fidedignidade – que se refere à qualidade externa dos dados;
• Validade – Baseia-se na sua qualidade interna, avalia a efectiva relevância da informação produzida em relação ao conhecimento que se pretende produzir;
• Representatividade – Na garantia que os sujeitos envolvidos e os contextos seleccionados representam o conjunto dos sujeitos e dos contextos que a pesquisa se refere.

Afonso, Natércio (2005). Investigação Naturalista em Educação: Guia prático e crítico. Porto: Asa Editores, S.A.
Bogdan, R.; Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora.
http://pt.shvoong.com/social-sciences/1904967-tratamento-das informa%C3%A7%C3%B5es-an%C3%A1lise-dos/ (consultado a 6 de Junho)

Métodos de Recolha de Dados I


Quando o investigador parte para o terreno tem de ter definido um plano de acção estruturado que lhe serve de orientação ao longo de todo o processo de investigação.
Um dos aspectos a contemplar, nesse plano de acção, será a forma como se irá processar a recolha de dados. O inquérito – segundo Ghiglione & Matalon (2001) forma de interrogar indivíduos tendo em vista generalizações - é uma das técnicas de recolha de dados mais utilizada, pelo que a minha reflexão irá incidir no inquérito por entrevista e por questionário.
Os investigadores recorrem ao inquérito por entrevista e por questionário sempre que pretendem transformar em dados a informação directamente comunicada por uma pessoa (Tuckman: 2005). Estes ao elaborarem o questionário e a entrevista devem ser prudentes e ter sempre presente três critérios que Tuckman (2005) define na seguinte forma:
1. Até que ponto pode uma questão influenciar os sujeitos a darem uma boa interpretação de si mesmos?
2. Até que ponto pode uma questão influenciar os sujeitos a tentarem antecipar o que os investigadores querem ouvir ou encontrar?
3. Até que ponto pode uma questão pedir uma informação aos sujeitos, sobre si próprios, que eles podem não saber?
Inquérito por entrevista

O inquérito por entrevista é um dos métodos de recolha de dados utilizados ao nível da investigação qualitativa. Segundo Bogdan & Biklen (1994), uma entrevista permite recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador construir uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam o mundo. Assumindo assim, o guião da entrevista um papel muito importante utilizado para recolher informações relevantes.
De acordo com o objecto em estudo o investigador tem que optar por um dos tipos de entrevista – entrevista estruturada, semi-estruturada e não estruturada.
Na entrevista estruturada o entrevistado responde a um conjunto de questões previamente definidas dentro de um conjunto limitado de categorias de resposta. Este tipo de entrevista é utilizado sempre que se pretende obter informações quantificáveis de um determinado número de entrevistados permitindo um tratamento estatístico posterior.
Em contrapartida, na entrevista não estruturada a interacção verbal entre entrevistado e entrevistador centra-se em torno de grandes temas, sem perguntas específicas e respostas codificadas. Este tipo de entrevista pressupõe que o entrevistador seja experiente, não deixe transparecer a sua opinião em relação ao tema a abordar e que saiba ouvir.
A entrevista semi-estruturada tem como pilares a entrevista não estruturada e a estruturada, isto é, assenta na sua globalidade nas características da entrevista não estruturada, porém os temas não são tão abrangentes, tornando-se o guião de investigação um elemento chave na condução da entrevista.
Sempre que recorre à entrevista, o entrevistador deverá ter um conjunto de procedimentos que permitem operacionalizá-la e tirar o máximo de partido da mesma.
O inquérito por entrevista é um processo de recolha de dados útil, o qual pressupõe uma maior diversidade de questões e consequentemente de respostas, as quais se revestem de uma maior eficácia visto que o entrevistador pode voltar a colocar as que compreendeu incorrectamente, podendo recorrer a comentários do tipo: “O que quer dizer com isso?”, “Não tenho a certeza se estou a seguir o seu raciocínio. ”, “Pode explicar melhor?”, como referem Bogdan & Biklen (1994: 136), assumindo um papel interventivo ao longo da entrevista. Outro dos aspectos a destacar é o facto de existir uma maior flexibilidade quanto à duração da entrevista, todavia está não deverá ser muito longa, uma vez que o entrevistador se pode cansar e não colaborar, dando respostas pouco consistentes. Este método de recolha de dados possibilita ao entrevistado exprimir-se oralmente expondo os seus pontos de vista, recorrendo à sua linguagem.
Porém, o inquérito por entrevista, apresenta alguns inconvenientes entre eles destaco: (i) o tempo despendido para transcrever, analisar e sistematizar toda a informação, o que em parte limita a número de indivíduos a seleccionar por amostra; (ii) a possibilidade de ocorrência de enviesamentos quer pela actuação pouco cuidada do entrevistador, quer pelas respostas dadas, uma vez que o entrevistado pode responder aquilo que considera correcto e socialmente aceite, contudo não são atitudes típicas na sua prática diária, o que pode comprometer o processo criando problemas de fiabilidade.
Bogdan, R.; Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora.
Ghiglione, R. & Matalon, B. (2001). O inquérito: teoria e prática. (4ª ed.). Oeiras:
Celta Editora.
Tuckman, Bruce W. (2005). Manual de Investigação em Educação. (3.ªed.). Serviço de Educação e Bolsas: Fundação Calouste Gulbenkian